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O preço da criptomoeda Ether tem apresentado uma valorização impressionante nos últimos dias, impulsionado por uma combinação de fatores que estão atraindo a atenção de investidores. Mas o que está por trás dessa alta expressiva e será que a segunda maior criptomoeda do mercado está prestes a quebrar seu antigo recorde?
No universo das criptomoedas, os investidores estão acostumados com grandes oscilações, tanto para cima quanto para baixo. No entanto, o desempenho recente da Ether impressionou até os mais experientes. Desde meados de abril, a cotação da criptomoeda saltou cerca de 214%, alcançando recentemente o patamar de US$ 4.630. Apenas na última semana, a valorização foi de aproximadamente 27%. Com essa forte recuperação, a Ether não apenas superou a queda acentuada que sofreu no final do ano passado, quando chegou a perder mais de 60% de seu valor, mas agora também supera o desempenho do Bitcoin no mesmo período, que registrou uma alta de “apenas” 60%.
Essa dinâmica alterou o equilíbrio de forças no mercado cripto. A participação de mercado da Ether, que em abril era de 7,2%, agora representa 13,3% da capitalização total de todas as criptomoedas.
A corrida das empresas pelo Ether
Um dos principais motores dessa alta é uma nova onda de empresas que estão acumulando Ether (ETH) como parte de suas reservas estratégicas, em um movimento semelhante ao que foi visto com o Bitcoin. “Estamos observando cada vez mais empresas comprando Ether para seus balanços corporativos”, afirma Barbara Schlyter, responsável pela área de produtos digitais na DWS, uma subsidiária do Deutsche Bank.
A empresa de software BitMine é um exemplo notável, liderando esse movimento. Atualmente, a companhia é a maior detentora institucional, com 1,15 milhão de ETH em sua posse, avaliados em cerca de cinco bilhões de dólares. Recentemente, a BitMine anunciou planos de levantar mais US$ 24,5 bilhões em capital para financiar novas aquisições de Ether, com o objetivo de deter, a longo prazo, 5% de toda a oferta da criptomoeda. Analistas como Geoffrey Kendrick, do Standard Chartered, preveem que essa tendência está apenas no começo e que essas empresas poderão, eventualmente, deter 10% de todo o suprimento de ETH.
A explosão da demanda por ETFs
Paralelamente à movimentação corporativa, o crescente interesse em ETFs (fundos de índice) de Ethereum está injetando um volume massivo de capital no ativo. Apenas no último mês, esses produtos financeiros receberam um fluxo de aproximadamente cinco bilhões de dólares. Na última segunda-feira, foi quebrado pela primeira vez o recorde de um bilhão de dólares em entradas líquidas diárias, um sinal claro do enorme apetite dos investidores por exposição ao Ether.
Um clássico “choque de demanda”
Matt Hougan, CIO da Bitwise, descreve o cenário atual como um “choque de demanda”. Segundo sua análise, desde maio, as empresas de tesouraria e os ETFs removeram do mercado um volume estimado em 32 vezes mais ETH do que o que foi gerado pela rede no mesmo período. Esse desequilíbrio, onde uma demanda massiva encontra uma oferta limitada, cria uma pressão de alta sobre o preço, que, segundo especialistas, pode levar a cotação a patamares ainda mais elevados.
A força do ecossistema Ethereum
Por trás da valorização do Ether está a robustez de sua tecnologia subjacente, a blockchain Ethereum. Esta plataforma serve como infraestrutura para uma vasta gama de aplicações descentralizadas, incluindo o mercado de stablecoins. De acordo com dados da plataforma de análise DefiLlama, metade de todas as transações de stablecoins ocorrem na rede Ethereum.
Para realizar qualquer transação na blockchain Ethereum, os usuários precisam pagar taxas utilizando a moeda Ether. Portanto, o crescimento e a adoção de stablecoins e outras aplicações na rede geram uma demanda intrínseca e constante pelo token. Os investidores agora especulam que, com a crescente relevância das stablecoins nos próximos anos, a demanda pelo Ether continuará a aumentar, solidificando seu valor e sua posição no mercado.
