A Starbucks está implementando um plano de reestruturação que inclui o fechamento de centenas de unidades nos Estados Unidos e Canadá, além da demissão de aproximadamente 900 funcionários não ligados ao varejo. A decisão, que busca priorizar recursos e focar na recuperação do desempenho financeiro, já causa impacto em diferentes comunidades, desde um bairro de Washington D.C. a uma de suas lojas mais emblemáticas em Seattle.

Impacto em Anacostia, D.C.

O fechamento de uma loja da Starbucks na Martin Luther King Jr. Avenue, no bairro de Anacostia, em Washington D.C., gerou desapontamento local. A unidade, que encerrou as atividades no último sábado, havia sido inaugurada em 2020 e causou um entusiasmo notável por ter chegado a um bairro que, historicamente, era mal atendido por grandes redes de varejo. Embora alguns moradores vejam um “renascimento” da vizinhança, a perda da cafeteria é sentida, marcando o fim de uma presença que foi um símbolo de investimento na região.

Vandalismo em Seattle Após Fechamento Abrupto da Roastery

Na cidade-sede da empresa, o fechamento da aclamada Starbucks Reserve Roastery no bairro de Capitol Hill, em Seattle, foi ainda mais abrupto e gerou indignação. Logo após o encerramento das portas, o local foi vandalizado. Uma foto compartilhada no Reddit de Seattle mostra a palavra “covarde” pichada em letras maiúsculas nos painéis pretos que agora cobrem as janelas do estabelecimento.

A Starbucks Reserve Roastery, inaugurada em dezembro de 2014, era muito mais do que uma cafeteria comum. Era um espaço de luxo e experiência imersiva, contando com cafés exclusivos, cocktails de assinatura, um cardápio de comidas mais elaborado e a oportunidade de vivenciar de perto o processo de torrefação do grão. A própria Starbucks descreveu a unidade como uma “expressão dramática e imersiva da nossa paixão por café”, localizada a poucas quadras de sua loja original, a Pike Place. Com o fechamento, restam apenas as Roasteries de Chicago, Nova York, Xangai, Tóquio e Milão. A empresa confirmou que a Roastery de Capitol Hill estava entre os locais que seriam desativados.

Estratégia Corporativa e Perspectivas Futuras

A série de fechamentos é parte de uma reestruturação maior, com a Starbucks justificando a medida em locais onde “não é possível criar o ambiente físico que nossos clientes e parceiros esperam, ou onde não vemos um caminho para o desempenho financeiro”.

O CEO da Starbucks, Brian Niccol, esclareceu que, embora a empresa anualmente abra e feche lojas por motivos como término de aluguel ou performance financeira, esta é uma “ação mais significativa” que inevitavelmente impactará funcionários e clientes. A companhia espera encerrar seu ano fiscal com 18.300 lojas na América do Norte, uma redução de 124 unidades em relação ao ano anterior — um encolhimento que, segundo a Associated Press, é raro na história da empresa. Apesar do corte, a empresa reafirma que continua investindo no negócio e priorizando a eficiência e o foco em um crescimento futuro mais sustentável.