
As ações da Springs Global (SGPS3), empresa do setor de consumo e varejo, encerraram o último pregão cotadas a R$ 1,64, repetindo o valor de abertura e mantendo-se estáveis ao longo do dia. Mesmo com esse comportamento neutro no curto prazo, os papéis da companhia acumulam uma impressionante alta de 173,33% nos últimos 12 meses.
Apesar da expressiva valorização anual, os dados financeiros da companhia revelam uma situação preocupante. A Springs Global apresentou prejuízo líquido de R$ 735,11 milhões, o que resultou em uma margem líquida negativa de 133,88%. Esses números indicam que, para cada real de receita, a empresa perdeu mais de R$ 1,30.
O desempenho operacional também está longe do ideal. O Ebitda, que mede o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ficou negativo em R$ 365,28 milhões. A margem Ebitda registrada foi de -66,52%, evidenciando uma operação deficitária.
A receita líquida total da Springs Global somou R$ 549,08 milhões, enquanto seu ativo total está avaliado em R$ 2,37 bilhões. A dívida bruta da companhia atinge R$ 1,09 bilhão, com uma dívida líquida de R$ 1,02 bilhão, revelando elevado grau de alavancagem financeira.
O patrimônio líquido da empresa é negativo, em R$ 764,04 milhões, refletindo um desequilíbrio patrimonial que pode dificultar futuras captações ou investimentos. Mesmo assim, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) aparece como positivo, em 96,21%. Essa aparente contradição pode estar relacionada a fatores pontuais e não recorrentes, como reavaliações contábeis ou efeitos não operacionais.
Por outro lado, o retorno sobre o capital investido (ROIC) é negativo em 89,66%, evidenciando baixa eficiência no uso dos recursos aplicados nas operações.
Embora a valorização das ações da Springs Global tenha chamado a atenção dos investidores, o cenário financeiro ainda inspira cautela. A alta recente pode estar ligada a movimentos especulativos ou expectativas de reestruturação, mas os fundamentos continuam desafiadores.
Analistas e investidores devem observar de perto os próximos balanços da empresa, que precisarão trazer sinais concretos de reversão dos prejuízos e melhoria na gestão da dívida para sustentar a confiança do mercado a médio e longo prazo.